ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA ACERCA DOS CASOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR RATICIDAS NO ESTADO DO TOCANTINS NOS ANOS DE 2015 A 2019

Guilherme Sousa Ferreira LAGARES, Frederico Menezes NASCIMENTO, Rodolfo Lima ARAÚJO

Resumo


Introdução: o conceito de intoxicação exógena pode ser definido como a manifestação de sinais e sintomas consequentes de efeitos nocivos gerados através da interação do homem com alguma substância química. Os raticidas, também chamados rodenticidas, são substâncias químicas sintéticas destinadas a matar roedores, usadas amplamente no Brasil a partir dos anos 1980, com o intuito de combater ratos em lavouras, armazéns de alimento, bem como diminuir a transmissão de doenças em que esses animais são potenciais vetores. Atualmente, o raticida mais usado no Brasil pertence a classe dos carbamatos, sendo o aldicarbe o principal exemplo. O aldicarbe popularmente conhecido como chumbinho é um inseticida carbamato de uso exclusivamente agrícola, o qual foi proibido em 2012. Uma vez ingerido ou inalado, o aldicarbe atua inibindo a ação da acetilcolinesterase, uma enzima responsável pela hidrólise de acetilcolina em colina e acetato, resultando no acúmulo de acetilcolina nas sinapses colinérgicas, levando a manifestações como agitação, confusão mental, convulsões, coma, taquicardia, hipertensão, fraqueza muscular, paralisia dos músculos respiratórios, entre outros sintomas que podem levar o paciente a morte. Além disso, as regiões Norte e Nordeste do Brasil foram responsáveis pela maioria dos casos de intoxicação exógena registrados no país nas últimas décadas. Igualmente, vale analisar as circunstâncias que envolvem a intoxicação do paciente, visto que a maioria dos casos de intoxicação exógena por raticidas no Brasil ocorrem como tentativa de suicídio, no tocante a jovens e adultos e acidentalmente em crianças. Objetivos: Descrever a Análise epidemiológica acerca dos casos de intoxicação exógena por raticidas no estado do Tocantins nos anos de 2015 a 2019. Metodologia: Trata-se de uma análise descritiva quantitativa acerca epidemiologia dos casos de intoxicação exógena por raticidas no estado do Tocantins no período de 01 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2019, sendo esse realizado via Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) obtidos através das notificações compulsórias dos casos de intoxicação exógena por raticidas no estado do Tocantins, disponíveis no aplicativo TABNET, desenvolvido pelo sistema DATASUS. Os dados foram tabulados a partir da utilização do programa Microsoft Office Excel ®. Resultados: No estado do Tocantins, durante o período de 2015 a 2019, foram registrados 374 casos de intoxicações exógenas por raticidas, sendo 71 no ano de 2015, 80 em 2016, 70 no ano de 2017, 83 em 2018 e 70 no ano de 2019. No que se refere a região Norte do Brasil, o estado do Tocantins foi o que mais evidenciou casos, com 30% do total. Vale ressaltar que a faixa etária mais acometida, com 160 casos foi a de 20 a 39 anos. Ademais, a circunstância com maior número de ocorrências de intoxicação exógena por rodenticidas foi a tentativa de suicídio, com 229 casos. Discussão: Com isso, inferese que o perfil epidemiológico com maior taxa de incidência de intoxicações por esses agentes são mulheres, entre 20 a 39 anos, com a premissa de tentativa de suicídio como fator causador da intoxicação. Portanto, conclui-se que, a intoxicação exógena por rodenticidas no estado do Tocantins constitui ainda um grave problema de saúde pública, tanto devido ao Tocantins representar o estado com maior ocorrência de intoxicações exógenas por raticidas na região norte, quanto ao fato do aldicarbe estar presente ainda no ambiente doméstico, facilitando o acesso por parte de pacientes com ideação suicida, o causando grandes danos a vida desses pacientes, e por facilitar a ocorrência de acidentes em crianças.

Palavras-chaves: Rodenticidas. Intoxicação exógena. Tocantins.


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Referências


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[acessado em 20 de agosto de 2021].


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