INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL INDÍGENA: UM ESTUDO DA CRIANÇA APINAJÉ

Jeane Alves Almeida, Severina Alves Almeida, Rosineide Magalhães Sousa, Angela Maria Silva, Tatiana Ramirez Cunha

Resumo


Neste artigo apresenta-se parte do resultado de uma pesquisa realizada nas aldeias Apinajé de São José e Bonito. Os Apinajé são povos indígenas pertencentes ao Tronco Macro-Jê e à Família Lingüística Jê que vivem no estado do Tocantins, na região do Bico do papagaio, estando sua população atualmente estimada em 2.282 habitantes distribuídos por 27 aldeias (DSEI, 2015). Utilizando os princípios metodológicos das pesquisas qualitativa, etnográfica e participante, o estudo tem por objetivo conhecer a ação das escolas dessas aldeias, alcançando as práticas pedagógicas, o currículo, e a relação professor-aluno, em duas classes de alfabetização, considerando o valor da cultura desse povo, também, dentro da educação escolar. Ao final da pesquisa verificou-se que as escolas precisam estabelecer relações mais estreitas com a vida e o cotidiano da aldeia. Que as práticas culturais das crianças, nomeadamente folguedos e brincadeiras, podem ser aportes facilitadores de uma educação diferenciada, considerando ser esta uma conquista dos povos indígenas brasileiros, garantida por instrumentos jurídicos nacionais e internacionais. Nesse sentido encontra-se nas teorias de Walter Benjamin (1984) e Luis da Câmara Cascudo (2004) alusões a uma pedagogia lúdica, atestando a função sócio-educativa das brincadeiras infantis, considerando o caráter atemporal dessas atividades. Ademais, brinquedos e brincadeiras são construções sócio-culturais que se apresentam como possibilidade real de aprendizagem. No tocante às crianças Apinajé constata-se que essas manifestações acontecem naturalmente e que se apresentam repletas de significados, evidenciando aos aspectos culturais desses povos.


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ISSN 2526-4281