PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES VÍTIMAS DE QUEIMADURAS NO MUNICÍPIO DE ARAGUAÍNA-TO NO PERÍODO DE 2012 A 2021

Kevin Willys Rodrigues da SILVA, José Henrique Alves Oliveira dos REIS, Milene Tiburcio Narenti FERRADOZA

Resumo


Introdução: Traumas por queimaduras são importantes causas de acidentes em todo mundo, associados a altas morbidade e mortalidade, além de serem responsáveis por grandes gastos na saúde. Apesar dos avanços da medicina e da criação de protocolos terapêuticos nacionais e internacionais, o tratamento das queimaduras graves ainda é um dos grandes desafios nos hospitais e nos centros de tratamentos específicos. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico das vítimas de queimaduras no município de Araguaína- TO entre 2012 e 2021, visando conhecer sobre a população mais acometida, saber se o tratamento recebido foi clínico ou cirúrgico e seu desfecho e com isto, despertar interesse para a adoção de medidas preventivas eficientes. Metodologia: O presente trabalho foi organizado como um estudo observacional, descritivo, retrospectivo, com levantamento de dados epidemiológicos sobre pacientes queimados no período entre janeiro de 2012 a dezembro de 2021, oriundos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) registrados no DATASUS. Resultados: No estudo realizado em Araguaína-TO, entre 2012 e 2021, foram registrados 327 casos de pacientes vítimas de queimadura que deram entrada
no atendimento hospitalar. A maioria dos casos ocorreu em homens (69,4% de internamentos e 62,5% de óbitos) e em adultos (60,5% de internamentos). A raça parda foi a mais acometida, com 84,7% dos internamentos e 62,5% dos óbitos por queimaduras. A maioria dos pacientes recebeu tratamento clínico (62,3% de internamentos) e a maior
quantidade de óbitos ocorreu com pacientes que necessitaram de tratamento cirúrgico (71,4%). A média de tempo de internamento no regime público foi de 4,9 dias e o custo médio de internamento foi de R$ 1559,25. Entretanto, a partir de 2015, os dados de tempo e custo de internamento foram registrados como "ignorado", limitando a análise dessas
variáveis. Conclusão: A população masculina foi a mais afetada por queimaduras, principalmente adultos. O tratamento clínico foi a principal forma de tratamento adotada. A taxa de mortalidade encontrada foi de 2,45%. É possivel que essa constatação estatística esteja controversa à maioria das publicações, que definem serem as crianças as mais afetadas por este tipo de trauma, por termos avaliado apenas registros de casos que receberam tratamento hospitalar. Outra hipótese é a de que os registros estejam deficientes, firmando a necessidade de melhorar a qualidade dos registros de dados para entender melhor a situação e planejar ações de prevenção.

Palavras-chave: Queimaduras. Epidemiologia. Medicina de Emergência. Hospitalização.

 


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Referências


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