PARASITOSES INTESTINAIS COMO INDICADORES SÓCIO SANITÁRIOS DE SAÚDE EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO BRASIL CENTRAL
Resumo
As parasitoses intestinais são infecções causadas por helmintos e protozoários, que resultam em graves problemas de saúde pública. Essas infecções estão relacionadas às condições sociais e econômicas, sendo frequentes em países de baixa renda e em populações vulneráveis, como as comunidades tradicionais. Por meio de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, buscou-se avaliar a distribuição dos fatores associados às condições sanitárias em população de adultos, residentes de três comunidades quilombolas do Brasil Central: Kalunga (rural/semi-isolada), Cocalinho (rural/periurbana) e Pé do Morro (urbana). Foram identificados cistos de Endolimax nana, Entamoeba coli, Iodamoeba butschlii, Entamoeba histolytica/dispar, Giardia lamblia e ovos de Ascaris lumbricoides. Grande parte dos resultados foram negativos para a presença de helmintos (0,6%), já em relação aos protozoários, a prevalência na amostra total de participantes foi de 19,9%. Cocalinho e Pé do Morro apresentaram elevado percentual de esgotamento sanitário por fossas sépticas, 84,3% e 95,2%, respectivamente, enquanto Kalunga apresentou 19,6%. Em relação ao abastecimento de água, Kalunga também apresentou uma grande diferença em relação às outras comunidades, com 9,8% dos domicílios apresentando abastecimento de água, sendo que Cocalinho contava com 98,6% e Pé do Morro 87,3% dos domicílios. Embora as condições sanitárias ainda sejam consideradas precárias, a comunidade rural semiisolada (Kalunga), mostrou uma prevalência menor de parasitoses em relação às outras comunidades, destacando a relevância da educação sanitária e a participação efetiva dos agentes comunitários de saúde locais na comunidade.
Palavras-chaves: Parasitoses intestinais. Quilombos. Desigualdades.
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