PARASITOSES INTESTINAIS COMO INDICADORES SÓCIO SANITÁRIOS DE SAÚDE EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO BRASIL CENTRAL

João Nivaldo Pereira GOIS, Maria de Nazaré Klautau GUIMARÃES, Silviene Fabiana de OLIVEIRA, Sabrina Guimarães PAIVA

Resumo


As parasitoses intestinais são infecções causadas por helmintos e protozoários, que resultam em graves problemas de saúde pública. Essas infecções estão relacionadas às condições sociais e econômicas, sendo frequentes em países de baixa renda e em populações vulneráveis, como as comunidades tradicionais. Por meio de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, buscou-se avaliar a distribuição dos fatores associados às condições sanitárias em população de adultos, residentes de três comunidades quilombolas do Brasil Central: Kalunga (rural/semi-isolada), Cocalinho (rural/periurbana) e Pé do Morro (urbana). Foram identificados cistos de Endolimax nana, Entamoeba coli, Iodamoeba butschlii, Entamoeba histolytica/dispar, Giardia lamblia e ovos de Ascaris lumbricoides. Grande parte dos resultados foram negativos para a presença de helmintos (0,6%), já em relação aos protozoários, a prevalência na amostra total de participantes foi de 19,9%. Cocalinho e Pé do Morro apresentaram elevado percentual de esgotamento sanitário por fossas sépticas, 84,3% e 95,2%, respectivamente, enquanto Kalunga apresentou 19,6%. Em relação ao abastecimento de água, Kalunga também apresentou uma grande diferença em relação às outras comunidades, com 9,8% dos domicílios apresentando abastecimento de água, sendo que Cocalinho contava com 98,6% e Pé do Morro 87,3% dos domicílios. Embora as condições sanitárias ainda sejam consideradas precárias, a comunidade rural semiisolada (Kalunga), mostrou uma prevalência menor de parasitoses em relação às outras comunidades, destacando a relevância da educação sanitária e a participação efetiva dos agentes comunitários de saúde locais na comunidade.

Palavras-chaves: Parasitoses intestinais. Quilombos. Desigualdades.


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