ACESSO EQUITATIVO À SAÚDE BUCAL: A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA FAMILIAR EM DIFERENTES CULTURAS E CONTEXTOS SOCIAIS
Resumo
O acesso desigual aos serviços de saúde bucal ainda representa um desafio para comunidades vulneráveis no Brasil. Este estudo teve como objetivo analisar os desafios e estratégias para promover o acesso equitativo à saúde bucal, com ênfase nas comunidades vulneráveis e no papel da Estratégia de Saúde da Família (ESF). A pesquisa foi realizada por meio de questionários aplicados a 60 estudantes da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) e entrevistas com 10 cirurgiões-dentistas atuantes no Sistema Único de Saúde (SUS). Os resultados evidenciaram que, apesar dos avanços promovidos pela ESF, persistem desigualdades significativas no acesso aos serviços odontológicos, especialmente entre populações negras, indígenas, ribeirinhas e de baixa renda. As principais barreiras identificadas foram de ordem socioeconômica, cultural e geográfica, dificultando o acesso à informação, aos materiais e aos serviços de qualidade. Os profissionais entrevistados destacaram a importância da atuação das equipes multiprofissionais da ESF na promoção de um atendimento mais próximo, integral e preventivo. No entanto, relataram limitações relacionadas à falta de recursos, escassez de materiais e alta demanda. A pesquisa também apontou a necessidade de melhorias em eixos como informação, infraestrutura, qualidade do atendimento e divulgação. Campanhas educativas, capacitação contínua dos profissionais e investimentos em materiais e equipamentos foram apontados como medidas fundamentais para garantir um atendimento mais humano, acessível e culturalmente adaptado. Conclui-se que o fortalecimento da atenção primária por meio da ESF pode contribuir significativamente para a promoção da equidade em saúde bucal, sendo essencial ampliar a cobertura, qualificar os profissionais e adotar políticas públicas mais inclusivas.
Palavras-chave: Estratégia saúde da família. Saúde bucal. Populações vulneráveis. Equidade. Políticas públicas de saúde.
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PDFReferências
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