ACIDENTES OFÍDICOS E SUAS COMPLICAÇÕES CLÍNICAS: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO NO TOCANTINS NOS ANOS DE 2015-2019

Matheus Reis de OLIVEIRA, Rafael de Oliveira ARAÚJO, Jane Augusto Guimarães GONÇALVES

Resumo


Os acidentes ofídicos têm importância médica em virtude de sua grande frequência e gravidade. A identificação do animal causador é uma importante medida que possibilita a dispensa imediata da maioria dos pacientes picados por serpentes não peçonhentas, viabiliza o reconhecimento das espécies de importância médica em âmbito regional e é medida auxiliar na indicação mais precisa do antiveneno a ser administrado. As consequências clínicas, físicas, psicológicas e as perdas socioeconômicas dos acidentes ofídicos, seja contabilizando o número de hospitalizações, o tempo de tratamento intrahospitalar, óbitos ou invalidez precoces, contribuíram para que tais emergências médicas fossem incluídas, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na categoria de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). O presente estudo tem como objetivo geral analisar a epidemiologia dos acidentes ofídicos notificados no estado do Tocantins entre os anos de 2015 e 2019, os objetivos específicos foram, levantar dados com intuito de traçar ações futuras que possibilitem contribuir para conscientização da população alvo sobre os riscos dos acidentes ofídicos; descrever as principais complicações dos acidentes ofídicos. Para isso, as fontes utilizadas para a obtenção dos dados sobre os acidentes por ofídios notificados, foram os registros contidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), de acordo com o Ministério da Saúde, 2020. As variáveis analisadas incluíam faixa etária, sexo, ano do acidente, mês do acidente, notificações por região de saúde, classificação final do acidente, evolução do caso, tempo picada/atendimento e tipo de serpente. Observou-se uma crescente anual de casos de 18,3% ao ano, representando aproximadamente 433 casos novos notificados por ano, sendo a região Médio Norte Araguaia (22,95% dos casos) e a região Capim Dourado (20,73% dos casos), a faixa etária dos 20 aos 39 anos e o sexo masculino as variáveis mais acometidas. No que se refere à gravidade dos casos notou-se que felizmente a imensa maioria dente-se de casos leves, 73,93% dos casos, e do total do casos cerca de 93,45% dos casos evoluem pra cura, o que pode-se concluir a existência de um bom atendimento no serviço de saúde pública no estado do Tocantins, referente aos casos de acidentes ofídicos. Dessa forma, espera-se que o estudo contribua com a implementação de futuras ações públicas, possibilitando estratégias de conscientização sobre os riscos, prevenção e conduta inicial frente a um caso de acidente ofídico, para que ocorra a redução da incidência deste agravo nos próximos anos, melhorando dessa forma, a qualidade da saúde de sua população aliada à redução de gastos financeiros do Governo.

Palavras-chave: Acidentes ofídicos. Epidemiologia. Medicina


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