PERCEPÇÃO E CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE CUIDADOS PALIATIVOS

Ayla Cristina Duarte NEIVA, Nayanne Hardy Lima PONTES, Giovana Rocha GUIDA, Thalita Rodrigues Lima GOULART, Lucas Shangenis de Holanda GAMA, Durval Nolasco das Neves NETO, Alacid Alves NUNES, Daiene Isabel da Silva LOPES

Resumo


O Cuidado Paliativo (CP) surgiu com o propósito de suprir a uma crescente demanda de pacientes sem possibilidades da cura terapêutica, no qual vinham sendo marginalizados e mal assistidos dentro do modelo tecnicista da Medicina. A pesquisa analisou o conhecimento de estudantes do curso de medicina sobre o “Cuidados Paliativos”. Trata-se de um estudo descritivo, observacional, transversal, com abordagem quantitativa e a amostra foi constituída de acadêmicos entre os 12 períodos do curso de Medicina de uma instituição privada do Tocantins. A coleta de dados fundamentou-se na aplicação do questionário. Foram registradas 259 respostas. Os acadêmicos tinham idade média de 23 anos (15,9 %) e a maioria era do sexo feminino (57,9%). A distribuição referente ao período do curso demonstra uma prevalência de discente do 8º período (26,6%), seguindo pelo 11º período (12,9 %) e 12º período (10,8 %). Dentre as perguntas relacionadas à temática, 189 alunos (73%) e 220 alunos (85,4%), familiarizam-se sobre a definição proposta pela OMS e sabem sobre os objetivos acerca dos CP, respectivamente. Nesse sentido, 167 acadêmicos (64,5%)reconhecem os sintomas mais comuns relacionados, no entanto, obtivemos 190 respostas (73,4%) que afirma não saber conduzir o controle da dor, a principal sintomatologia de pacientes em CP. Entre eles, aproximadamente 140 alunos (53%) desconhecem a prescrição de opioides e as complicações relacionadas ao seu uso para o controle álgico. Além disso, foi perguntado sobre o manejo dos outros sintomas (dispneia, náuseas, vômitos, obstipação e caquexia) e 143 alunos (55,2%) responderam não ter o conhecimento sobre a condução. Por fim, 251 alunos (96,9%) responderam que consideram importante aulas sobre CP na graduação, para melhor capacitação médica. Tendo em vista que 151 alunos (58,3%) relataram não terem tido nenhum ensinamento específico durante o curso e que 226 alunos (87,3%) se sentem despreparados para lidar com pacientes terminais. Diante do exposto, fica evidente que os estudantes possuem pouco conhecimento sobre CP e que urge a necessidade de uma medicina humanística para abordar o paciente sem esperança de cura terapêutica.

Palavras-chave: Cuidados Paliativos. Medicina. Educação Médica


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Referências


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