A FORMAÇÃO ODONTOLÓGICA AFETA O PROCESSO DE GRADUANDOS EM ATENDER PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS?
Resumo
No Brasil, a assistência odontológica às pessoas com deficiência (PCD) ainda é negligenciada, em grande parte devido ao baixo nível de conhecimentos teóricos e à limitada vivência clínica dos profissionais. A oferta de disciplinas voltadas ao atendimento odontológico dessa população é fundamental para reverter esse cenário. Este estudo teve como objetivo conhecer a percepção de estudantes do último semestre de graduação em Odontologia quanto ao conhecimento e à disponibilidade para o atendimento de pacientes com deficiência. Estudo transversal, descritivo analítico, quantitativo, realizado com 105 estudantes de duas instituições privadas de ensino superior localizadas em Fortaleza-CE, Brasil. Para a coleta de dados, utilizou se um questionário semiestruturado, e a análise foi conduzida com o STATA 4.0. Independentemente da presença da disciplina de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais (OPNE), a maioria dos discentes demonstrou compreender o conceito de PNE e relatou ter vivenciado algum tipo de atendimento a esses pacientes (89,52%). Os alunos da instituição de ensino superior (IES1), que oferta OPNE, relataram maior número de atendimentos, com maior complexidade (p<0,05), incluindo pacientes com autismo, paralisia cerebral, epilepsia, cardiopatias e outras agraos.. Também se autodeclararam mais preparados (p<0,001) e disponíveis para o atendimento desses pacientes em comparação aos da IES2. Por fim, a maioria dos graduandos das duas instituições (81,9%) concordou com a necessidade da inclusão obrigatória da disciplina de OPNE nas matrizes curriculares dos cursos de Odontologia. Esses achados reforçam a importância da inserção formal da disciplina na matriz curricular para uma formação mais completa e segura.
Palavras-chave: Odontologia. Pessoa com Deficiência. Currículo.
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PDFReferências
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