A CONDIÇÃO DAS MULHERES NO ESPAÇO PÚBLICO DO ASSENTAMENTO PAPA MEL, UNAÍ-MG
Resumo
O presente trabalho estuda a inserção das mulheres trabalhadoras rurais na luta pela terra no processo de ocupação, desapropriação e construção do Assentamento Papa Mel, no município de Unaí-MG. A análise incide sobre o desvelamento dos determinantes que levaram as mulheres trabalhadoras rurais, após a conquista da terra, voltarem-se para o espaço doméstico
e/ou assumirem cargos de menor relevância nas organizações políticas do assentamento. A metodologia aplicada para a coleta de informações foi à realização de entrevistas com 10 mulheres do PA, sendo duas líderes, (2) duas mães de estudantes do Ensino Infantil e Ensino Fundamental I, (3) três mães do Ensino Fundamental II e (2) duas mães do Ensino Médio. Para aprofundar as
discussões sobre essa pesquisa, dialogamos com Araújo (2004), Abramovay e Rua (2000), Oliveira (2003), Torres Filha (2002), dentre outros, que trazem considerações pertinentes a respeito da condição de trabalho, especialmente das mulheres e igualdade de direitos. Observou-se que apesar do protagonismo das famílias, em especial das mulheres no assentamento, elas ainda vivenciam condições sociais, econômicas, políticas e culturais desiguais em relação aos homens, expressando as desigualdades de gênero presentes no cotidiano do assentamento: na associação, no trabalho doméstico e agrícola. A participação política no desenvolvimento das lutas propicia às mulheres se descobrirem e iniciarem um processo de libertação enquanto gênero. Há sinais de continuidades e rupturas da cultura vigente, quase sempre impulsionada pela organização das mulheres trabalhadoras do campo.
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PDFReferências
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