CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DOS PACIENTES COM REAÇÃO HANSÊNICA ACOMPANHADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO TOCANTINS, 2018

Mariza Inara Bezerra SOUSA, Marceli Diana Helfenstein Albeirice da ROCH, Maria da Guia Clementino FERRAZ, Thalita Ribeiro COSTA, Adelmo Barbosa de MIRANDA JUNIOR, Patrícia Alves de Mendonça CAVALCANTE

Resumo


Este estudo objetivou identificar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes em tratamento para reações hansênicas. Trata-se de um estudo epidemiológico, documental, transversal e descritivo, com abordagem quantitativa. A amostra elencou todos os pacientes que tiveram episódio reacional no ano de 20118, totalizando 151 prontuários. O estudo demonstrou a prevalência das reações em 72,8% dos homens e constatou que a faixa etária predominante, em ambos os sexos, foi a de 35 a 49 anos (38,4%) e que 90,7% dos estudados eram pardos. A escolaridade predominante foi para o Ensino Fundamental Completo (33,8%), sendo importante frisar que 20% dos homens eram analfabetos. Observou-se a associação entre a forma clínica e frequência de reações, sendo que as formas multibacilares foram evidenciadas em 93,4% dos casos e as reações mais frequentes ocorreram em pacientes com a forma dimorfa (48,3%) e virchowiana (29,8%), respectivamente. Neste estudo, 48,8% das reações ocorreu durante o tratamento para hanseníase, 52,3% das reações foi classificada como tipo II, e 48,3% dos pacientes já apresentavam algum grau de incapacidade física durante o diagnóstico. Este estudo verificou um elevado número de pacientes atendidos com as formas avançadas da hanseníase indicando que pode ter havido atraso no diagnóstico precoce da doença.

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