ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES DE PACIENTES COM DPOC NO SUS NA REGIÃO NORTE DO BRASIL NO PERÍODO DE 2018 A 2020

Thiago Alves SILVA, Ana Beatriz Sales da SILVA, Rodolfo Lima ARAÚJO

Resumo


A exposição à fumaça de tabaco e a outros poluentes ambientais, além das variações climáticas, tem influenciado de sobremaneira o aumento das doenças respiratórias em todo o mundo; entre elas, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) tem merecido um esforço especial por ser responsabilizada por 3 milhões de mortes a cada ano (5% de todas as causas de morte) e com estimativa de aumentos progressivos. A DPOC é uma doença na qual ocorre a obstrução das vias aéreas. O objetivo do trabalho foi determinar a ocorrência e comparar o perfil epidemiológico de pacientes diagnosticados com DPOC na região Norte do país, entre os anos de 2018 a 2020. O método de pesquisa foi epidemiológico de cunho transversal, que é um estudo quantitativo de análise de base individual com pacientes da região Norte, cujos dados foram obtidos por meio de consulta a informações populacionais e do sistema de internações hospitalares disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os resultados obtidos mostraram que considerando o perfil socioeconômico dos pacientes que foram incluídos no CID-10 “Bronquite, Enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas” no período de 2018 a 2020, há o predomínio de homens, que representam 54,75% dos casos, esses números seguem o padrão epidemio-cultural na maioria do mundo quando estratificamos entre homens e mulheres, mostrando uma prevalência do consumo por homens. Embora, o consumo entre a população feminina tenha crescido ao longo dos anos. Além disso, a prevalência da doença ocorre na oitava década de vida 21,42%. Com base nos dados obtidos, a maioria dos pacientes ficou em média 5,1 dias internada o que aumenta o custo do governo com esta patologia. Observou-se que a mortalidade é elevada de acordo com a faixa etária do paciente, destacando-se a nona década ou mais com 15,22% e a oitava década com 9,94%, além disso, houve aumento de 8,08% em gastos públicos com esta patologia devido à média do tempo de internação nos anos abordados. Portanto, para a vigilância epidemiológica, acompanhar a tendência temporal e espacial dos óbitos por doença pulmonar obstrutiva crônica traz novas perspectivas no modo de traçar novos planos de cuidados e também para a adoção de novas políticas adequadas com relação ao combate ao tabagismo, especialmente para o público masculino. Os achados deste estudo sugerem a importância de ações educativas para o reconhecimento de estilos de vida que são fatores de risco para o desenvolvimento de DPOC, além do incentivo de maior acesso aos serviços de saúde.

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Referências


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