PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM HEPATITE VIRAIS ATENDIDOS NO HOSPITAL DE DOENÇAS TROPICAIS DE ARAGUAÍNA ENTRE 2019 E 2022

Rayza Brito SILVA, Bárbara de Morais BORBA

Resumo


Introdução: As hepatites virais são doenças desenvolvidas no fígado, geradas por diferentes agentes virais. Na atualidade, foram identificados como vírus mais frequentes causadores de hepatites: A, B, C, D e E, na qual o vírus da hepatite B, C e D, são considerados mais sérios, pois podem tornar-se crônicos. As hepatites virais decorrem da infecção por patógenos hepatotrópicos e podem cursar com evolução aguda, fulminante ou crônica, sintomática ou assintomática, de acordo com a resposta imunológica do paciente e da patogenicidade do vírus. No entanto, a magnitude das hepatites não se limita à morbidade, estende-se também às complicações das formas crônicas, a cirrose e o carcinoma hepatocelular. Justificativa: As hepatites virais são de significante importância para a saúde pública, devido a quantidade de indivíduos acometidos, pelas possíveis complicações e a capacidade de cronificar. Com isso, é fundamental manter a população bem informada sobre esses agravos, pois o conhecimento das alterações e a patogênese da infecção são importantes para a antecipação prévia dos cuidados. Também se compreende que se faz necessária pesquisas adicionais nessa área para obter dados mais aplicáveis. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico das hepatites virias em Araguaína-TO, dos pacientes atendidos no HDT (Hospital de Doenças Tropicais), segundo as variáveis de tempo, pessoas e os campos obrigatórios de preenchimento (Idade, sinais e sintomas, forma clínica, entre outros) contidos no prontuário, tipo de exposição e o desfecho da doença. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, descritivo e analítico. Foram coletados os dados dos prontuários dos pacientes diagnosticados com hepatites virais atendidos no Ambulatório de Gastroenterologia e Hepatologia do HDT em Araguaína-TO. Para a coleta de dados, foi utilizada uma ficha de autoria própria. A pesquisa foi realizada pela coleta de dados feita no período de fevereiro de 2023 a maio de 2023 em prontuários de pacientes cadastrados entre os anos de 2019-2022. Resultados: No período analisado foram estudados 66 casos de hepatites virais no HDT, sendo 53,03% dos casos correspondentes a Hepatite B, 43,93% de Hepatite C e 1,51% de Hepatite A, e zero casos de hepatites D ou E. Sendo que 72,72% foi diagnosticado já na forma crônica da doença. Um número significativo de pacientes domiciliados na zona urbana de Araguaína, representando assim 90,90% (n=60). Em relação a infectados conforme escolaridade, a maioria tem ensino médio incompleto (48,48%) e aproximadamente 18% tem nível superior. As pessoas mais acometidas foram do sexo masculino, da cor parda, bem como a faixa etária entre 20 e 60 anos de idade. Foi visto que 10.60% dos pacientes são coinfectados com HIV/AIDS, e na anamnese de 15 pacientes essa informação foi ignorada. Nesse estudo, em 77,27% dos pacientes a forma de contaminação foi ignorada, e naqueles em que a informação foi buscada, 12,12% adquiriu por via sexual. Em relação a distribuição dos casos segundo os sinais e sintomas, em 17,9% dos pacientes foi relatado dor abdominal como o sintoma mais prevalente, em seguida a icterícia encontrada em 14,9 % dos pacientes e cerca de 26,9 % se apresentaram assintomático. Em relação a evolução da doença, 10 dos pacientes estudados evoluíram para Cirrose e 1 desenvolveu câncer hepático. Conclusão: Os resultados do estudo apontam que a hepatite B é a mais comum entre a população estudada, especialmente entre indivíduos de pele parda e alfabetizados. Além disso, homens apresentam maior prevalência da doença do que mulheres. A idade média dos afetados está na faixa dos indivíduos sexualmente ativos, o que ressalta a importância de ações de saúde pública e educação voltadas a esse grupo específico para identificar fatores de risco e preveni-los. O diagnóstico precoce e acompanhamento adequado dos pacientes são fundamentais para evitar estágios avançados e irreversíveis da doença. Por fim, é sugerido que mais pesquisas sejam realizadas nessa área, com uma amostra maior, para obter dados mais abrangentes e aplicáveis.

Texto completo:

PDF

Referências


AUTORES, D. (s.d.). Fonte: Sociedade Brasileira de Hepatologia:

https://www.sbhepatologia.org.br/pdf/anais_21congresso.pdf> Acesso em Jan. 2022.

BARBOSA, IA et al. Acesso ao tratamento da hepatite C no Brasil: perspectiva dos coordenadores de programas nacionais de saúde hepática. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, n. 1 de janeiro de 2020.

BITTENCOURT, P. L., & Zollinger, C. C. (2017). Manual de Cuidados Intensivos em Hepatologia - 2ª Edição. Manole.

Brasil. Cadernos de Atenção Básica: HIV/Aids, hepatites e outras DST (nº 18). Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 196 p. ISBN 85-334-1107-3.

Brasil. Coberturas vacinais no Brasil Período: 2010-2014. Brasília: Ministério da Saúde; 2015.

Brasil. Manual Técnico para Diagnóstico das Hepatites Virais. 2nd edition. Brasília: Ministério da Saúde; 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Hepatites Virais. 2021. Disponível em:

http://www.saude.gov.br/saude-de-az/hepatites-virais. Acesso em: 9 ago. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Plano Nacional para a Eliminação da Hepatite C. 2020. Disponível em: http://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/plano-nacional-para-aeliminacao-da-hepatite-c . Acesso em: 9 ago. 2023.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


JNT - Facit Business and Technology Journal

ISSN 2526-4281