ESTRUTURA SOCIAL, APOIO SOCIAL E SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO DE COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO TOCANTINS

Alexia Fernanda Pereira Venção da SILVA, Ruy Tadeu Costa RIBEIRO

Resumo


No vasto território brasileiro, com sua rica tapeçaria de culturas e histórias, as comunidades quilombolas surgem como ícones de resistência e herança cultural. No estado do Tocantins, essas comunidades carregam consigo narrativas únicas, muitas vezes permeadas por desafios. Em meio a estes, a questão da saúde mental, uma preocupação emergente globalmente, destaca-se, exigindo uma avaliação aprofundada, especialmente quanto ao papel do apoio social como elemento mediador. A decisão de abordar o tema da saúde mental no contexto quilombola do Tocantins se fundamenta em vários pilares. Histórica e socialmente, essas comunidades enfrentaram adversidades que vão desde a escravidão até as modernas pressões socioeconômicas, passando por questões de território e identidade. As marcas destas experiências coletivas inevitavelmente impactam a saúde mental, tornando o tema não apenas relevante, mas essencial para uma compreensão mais abrangente da realidade quilombola. Diante deste panorama, a pesquisa foi orientada pelo questionamento: ´´Como o apoio social influencia a saúde mental nas comunidades quilombolas do Tocantins e quais são os caminhos possíveis para reforçar este apoio? ´´. Essa pergunta é intrinsecamente relevante, pois reconhece que o apoio social é uma ferramenta vital no enfrentamento dos desafios de saúde mental. O propósito central da investigação focou na exploração da intersecção entre apoio social e saúde mental nessas comunidades. Para cumprir essa tarefa, objetivou-se mapear as principais fontes de apoio social, avaliar as especificidades das questões de saúde mental nesse contexto e por fim, sugerir abordagens que possam fortalecer a rede de apoio. Metodologicamente, a abordagem escolhida foi qualitativa, aproveitando uma revisão bibliográfica abrangente de literatura dos últimos dez anos e entrevistas com representantes e membros das comunidades quilombolas no Tocantins. Esta combinação permitiu um entendimento multifacetado, cruzando experiências vividas com discussões acadêmicas. A análise dos resultados trouxe insights reveladores. O apoio social, em suas variadas formas, mostrou-se crucial como amortecedor de estresses psicológicos. As redes de apoio, compostas por família, amigos e líderes comunitários, desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar. Entretanto foi evidenciado que existem lacunas neste apoio, principalmente devido a fatores externos como a marginalização socioeconômica e pressões sobre territórios. Por outro lado, a pesquisa também revelou um profundo reservatório de resiliência nas comunidades quilombolas. As tradições e práticas culturais, muitas vezes, oferecem mecanismos de enfrentamento que são inerentemente terapêuticos. Entretanto, há uma necessidade de integrar este conhecimento tradicional contemporâneas de saúde mental, garantindo uma abordagem holística. Concluindo, a interação entre o apoio social e saúde mental nas comunidades quilombolas do Tocantins não é apenas um tema interesse acadêmico, mas uma questão de direitos humanos. Reconhecer e fortalecer o apoio social é essencial para garantir o bem-estar dessas comunidades. A pesquisa revela a necessidade de políticas públicas direcionadas, respeitando a herança cultural quilombola, e indica o caminho para um futuro mais inclusivo e saudável.

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Referências


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