RESINAS NANOCERÂMICAS IMPRESSAS JÁ SÃO UMA REALIDADE PARA REABILITAÇÕES FIXAS SOBRE DENTE?

Davi Valentim OLIVEIRA, Matheus Loíky Sampaio de SOUZA, Karina Matthes de Freitas PONTES, Ingrid Farias Bessa de CASTRO, Kelvin de França GURGEL, Carlos José Moreira TAVARES, Flávia Jucá Alencar e SILVA

Resumo


A tecnologia CAD-CAM trouxe avanços significativos à odontologia restauradora, destacando-se a manufatura aditiva (MA) como alternativa à manufatura subtrativa (MS). A MA, ou impressão 3D (I3D), permite a produção personalizada de próteses com menor desperdício de material e sem desgaste de equipamento, contribuindo para sua crescente popularidade. Assim, o objetivo deste estudo foi revisar a literatura sobre a aplicação da I3D na confecção de próteses dentárias definitivas, com ênfase na resistência flexural de resinas nano-híbridas. Foi realizada uma busca na plataforma MEDLINE via PubMed, com os descritores “prosthodontics”, “3D printing” e “crown”, limitando-se a artigos publicados entre 2020 e 2025. Foram incluídos estudos tratavam de materiais para reabilitações definitivas, sendo excluídos estudos relacionados a materiais provisórios, bem como estudos de relato de caso e pesquisas clínicas. Dos 261 artigos encontrados incialmente, após análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, 5 foram incluídos para compor essa revisão. Os resultados evidenciaram que diversos fatores influenciam a resistência flexural das resinas utilizadas na I3D, incluindo composição química, parâmetros de impressão, envelhecimento artificial e condições de pós-cura. Foi demonstrado que o tempo e a temperatura de pós-cura afetam significativamente a resistência flexural, com melhores resultados obtidos a 60ºC por 30 minutos. Observou-se ainda a redução da resistência flexural após envelhecimento em água destilada, bem como o aumento na absorção de água e solubilidade após termociclagem, simulando dois anos de uso intraoral. A angulação de impressão também mostrou impacto relevante, sendo identificado maior resistência flexural em peças impressas a 90º, atribuída ao maior número de camadas e consequente aumento na conversão de monômeros residuais. No entanto, estudos adicionais são necessários para definir parâmetros ótimos de confecção e validar o desempenho clínico desses materiais em longo prazo. Conclui-se que as resinas nano híbridas para I3D têm potencial para uso em próteses definitivas, embora sua resistência flexural seja influenciada por diversos fatores, como composição do material, condições de pós-cura, envelhecimento e orientação de impressão.

Palavras-chave: Impressão Tridimensional. Coroas. Prótese Dentária.


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Referências


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